Alimentar fêmeas suínas gestantes em baias coletivas é um desafio que pode ser enfrentado com mais facilidade com o uso de tecnologia, o Sistema de Alimentação Eletrônica (ESF ou Electronic Sow Feeding), especialmente se estivermos produzindo suínos em grandes unidades que manejam um número expressivo de porcas semanalmente. Além dos benefícios para o bem-estar das porcas, relativos ao alojamento coletivo, essa tecnologia representa uma ferramenta útil para o suinocultor, pois facilitam o trabalho da equipe e agregam produtividade ao plantel.
Como o sistema funciona?
As matrizes alojadas em grupos, quando entram individualmente na máquina de alimentação são identificadas eletronicamente: um sensor faz a leitura do chip auricular e este animal recebe a quantidade de alimento programada para a sua real necessidade (de acordo com o escore corporal, ordem de parto, estágio da gestação, etc.). Assim, as porcas recebem uma “atenção” individualizada pelo equipamento, facilitando o manejo alimentar.
Podemos listar algumas vantagens desse sistema de alimentação eletrônica, quando comparado com o sistema de alimentação convencional:
- Permite o alojamento de grandes grupos de matrizes em uma mesma baia (Ex: 60, 80, 160 animais por baia);
- Diminui o trabalho das pessoas, pois o equipamento faz parte da tarefa que seria executada pelo homem, com isso, as pessoas têm mais tempo para se dedicar para as outras tarefas da granja;
- Gera bem-estar para as pessoas que passam a trabalhar com menos esforço físico (reduz o trabalho pesado) utilizando tecnologias modernas, o que atrai e retém novos talentos humanos para suinocultura;
- Precisão na alimentação das porcas através do uso de curvas de alimentação específicas, a margem de erro no fornecimento de ração é mínima, pois o equipamento é exato, e cada fêmea se alimenta em separado sem a interferência das demais companheiras do grupo;
- Economia de ração, baixíssimo desperdício de alimento;
- Maior uniformidade do grupo de fêmeas, consequentemente, melhor saúde e produtividade;
- Coleta de dados de forma contínua e em tempo real, permitindo monitoramento preciso e redução de perdas reprodutivas com melhora nos índices zootécnicos;
- Informações mais precisas sobre quais as matrizes se alimentaram (ou não se alimentaram), quando e quanto consumiram (controle individual de consumo). O sistema provê um feedback do movimento dos animais, permitindo que se dê uma atenção especial para cada indivíduo;
- Possibilidade de acesso remoto do equipamento, gerando “segurança e conforto” para os gestores (modernização da gestão);
- Os equipamentos permitem mais que apenas alimentar os animais. Por exemplo, permitem a identificação e/ou separação de animais para serem vacinadas ou transferidos para maternidade, auxiliam na identificação de cio;
Embora todas as vantagens adicionadas pelo equipamento, o ser humano continua sendo a peça chave no sucesso do uso de qualquer tecnologia. Uma equipe de profissionais capacitados, utilizando os recursos da alimentação eletrônica (ESF) com animais calmos e produtivos são os resultados finais desta equação.
O uso desta nova tecnologia na alimentação para fêmeas suínas, foi o grande destaque no Seminário Técnico AveSui 2017 de Gestação Coletiva de Matrizes. O seminário foi realizado no dia 26 de abril de 2017 em Florianópolis-SC, evento organizado pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Embrapa Suínos e Aves e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com apoio da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS).