Na trilha do conceito de saúde única, um novo conceito sinérgico a este começa a ser utilizado, bem-estar único.

O que significa bem-estar único? – É um conceito que reconhece as relações entre o bem-estar animal, o bem-estar humano e a integrida de do meio ambiente. Com esta abordagem é possível entender a relação direta e indireta entre bem-estar animal, humano e os sistemas produtivos sustentáveis.

Exemplos de como ocorre estas interações:

• Granjas produtivas e com animais bem cuidados geralmente estão associadas com estados emocionais positivos dos seus proprietários;
• As boas práticas na fase de produção, no transporte e no abate dos animais, resultando em maiores volumes de carnes de melhor qualidade;
• Pessoas que tratam bem os animais, tendem a tratar bem crianças e idosos. As situações inversas, de maus tratos e abusos de vulneráveis também tendem a ocorrer com aqueles indivíduos que tratam mal os animais;
• Animais em situações de estresse e condições inadequadas ampliam a sua capacidade de transmitir doenças para os outros animais e também para as pessoas, as chamadas zoonoses;
• Em situações de pobreza extrema, quando o bem-estar das pessoas está severamente comprometido, é comum encontrarmos animais domésticos vivendo em más condições;
• O meio ambiente degradado com perdas na biodiversidade, contribui no aquecimento global. Pode causar perdas econômicas em atividades agropecuárias e riscos de desastres para população rural e urbana;
• O aumento na demanda por produtos “amigos do bem-estar animal”, fruto da mudança na consciência dos consumidores, representa uma oportunidade de agregação de valor nas estratégias comerciais das empresas;

Os desafios nestas áreas afins, devem ser enfrentados com uma visão holística, envolvendo uma plataforma multidisciplinar, permitindo encontrar soluções coerentes para atingir objetivos comuns.

Assim, paralelamente, avançamos na melhoria da qualidade de vida dos animais e dos seres humanos, na manutenção da biodiversidade e na construção de um planeta melhor.

Obs: Mais informações podem ser obtidas no artigo: R. García Pinillos et al. Veterinary Record 2016; 179:412-413.  http://www.onewelfareworld.org/downloads.html